Sabor da Cultura 12
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Provérbio: Ọ̀rẹ́ dà’mí, màá d'ọ̀rẹ́, ọ̀dàlẹ̀ fi ń pọ̀ si ni. Ọ̀rẹ́ dà’mí, màá da ọ̀rẹ́, ọ̀dàlẹ̀ fi ń pọ̀ si ni.
Tradução: O amigo me traiu, eu vou traí-lo, assim aumentará (o número) de traidores.
Aplicação: Este provérbio é contrário a ideia de “olho por olho”. A visão de que, se um ‘amigo’ nos ofende, devemos ofendê-lo em troca, simplesmente gera mais agressões. Basicamente, temos aqui mais um provérbio que sugere que não devemos pagar as pessoas maldosas com a mesma moeda.
Provérbio: Ijó tí kìí ṣe ijó ẹni, ìwọ̀n làá kó gbẹ̀du ẹ̀ lójúde ọba. (Ijó tí kìí ṣe ijó ẹni, ìwọ̀n ni àá kó gbẹ̀du ẹ̀ ní ojúde ọba).
Tradução: A dança que não é da gente, utilizamos moderação em tocar gbẹ̀du (um tipo de tambor) dela (a dança) em frente de palácio do rei.
Aplicação: Pessoa deve ser modesta em lidar com um ofício que não é capacitada a exercer. Já é ruim querer ser especialista numa área que não conhecemos, mas muito pior fazer isso na presença de dignatário, quer dizer, perante alguém que conhece bem do assunto.
Provérbio: Ebi ò pà ’Jẹ̀ṣà ó lóun ò jẹ̀kọ Ọ̀yọ́; ebí pa ọmọ Obòkun ó jẹ ori. (Ebi ò pa Ìjèṣà ó ní òun ò jẹ ẹ̀kọ Ọ̀yọ́; ebí pa ọmọ Obòkun ó jẹ ori).
Tradução: Uma pessoa Ìjẹ̀ṣà (nativa de Iléṣà) não está com fome, diz que não come milho de pão de Ọ̀yọ́, o filho de Obòkun (uma apelação para descendentes de Iléṣà) está com fome, come ori* (o milho de pão em dialeto de Ọ̀yọ́).
Aplicação: As pessoas tendem a ser exigentes quando não estão desesperadas por determinado fim, mas já quando as pessoas tem necessidade urgente, tendem a se sujeitar a qualquer negócio ou artimanha para atingir sua meta.
Provérbio: Iná orí** ò ní jó'lé. Iná orí** ò ní jó ilé.
Tradução: Os piolhos jamais queimam a casa.
Aplicação: A aparência não é a realidade. Linguisticamente soa como o fogo só que no contexto, não é a mesma coisa. Neste caso, como com a maioria das palavras em ioruba, a palavra ‘iná’ tem o mesmo acento e tom, mas o significado é diferente neste contexto. Deve-se levar em consideração o contexto e tradição, não invenção conveniente.
Provérbio: Kò sọ́rọ̀ lẹ́nu ọmọ olè tó ní wọ́n gbé adìyẹ òun. (Kò sí ọ̀rọ̀ ní ẹnu ọmọ olè tí ó ní wọ́n gbé adìyẹ òun.)
Tradução: As palavras não são formosas na boca de um ladrão (filho de ladrão) que disse que alguém roubou sua galinha.
Aplicação: Como é que um ladrão pode acusar outra ladrão de roubar? De outro modo este simplesmente significa que aqueles que têm telhados de vidro não devem atirar pedras na casa dos outros.
Provérbio: Ẹni ọ̀rẹ́ dà kó má ṣe bínú, ẹni abínibí ń da'ni. (Ẹni ọ̀rẹ́ dà kó má ṣe bí inú, ẹni a-bí-ẹni-bí ń da ẹni.)
Tradução: A pessoa traída pelo amigo não deve se ofender, os irmãos traem um ao outro.
Aplicação: Antes de levar ao extremo o que uma pessoa estranha fez contra nós, devemos lembrar que é possível ter traidores dentro da nossa própria família. Aquela frase famosa, o que se pode esperar dos estranhos se com aqueles com laço de sangue a facada (literal) é grande?
Provérbio: Ẹ̀bìtì ò peèrà tó ṣe pẹ̀lẹ́pẹ̀lẹ́; ẹnu ẹni ní ń pani. (Ẹ̀bìtì ò pa eèrà tí ó ṣe pẹ̀lẹ́pẹ̀lẹ́; ẹnu ẹni ní ó ń pa ẹni.)
Tradução: Uma armadilha não mata uma formiga cautelosa, é a boca da pessoa que mata ela.
Aplicação: As pessoas cautelosas tendem a ter longevidade, mas os que utilizam suas línguas (caneta ou, em nossos dias tecnológicos, tecla de computador) indevidamente correm o risco de causar muitos desconfortos na vida dos outros, gerar confusões inestimáveis na sociedade e danos irreparáveis em sua própria vida.
Provérbio: Ojú bí Ọlọ́run bá ṣe dá'ni, kì í ti'ni. (Ojú bí Ọlọ́run bá ṣe dá ẹni, kì í ti ẹni.)
Tradução: Uma pessoa não deve se envergonhar pela maneira em que Deus a criou.
Aplicação: Aceite o que você não pode mudar, mas melhore o que tem capacidade de melhorar.
Provérbio: Ọlọ́run ò ṣe'bi, èèyàn ni kí a bẹ̀. (Ọlọ́run ò ṣe ibi, ènìyàn ni kí a bẹ̀.)
Tradução: Deus não faz mal, precisamos implorar ao homem.
Aplicação: A tendência natural humana é atribuir a causa de todo o sofrimento do mundo a Deus, mas Deus não pratica a maldade. Com esse provérbio, fica óbvio o que a tradição iorubana ensina a respeito do assunto: é o homem – ser humano - que deve ser apaziguado. Então, a tradição iorubana reconhece que não devemos atribuir a Deus (o criador) a tragédia, atrocidade e calamidade que ocorre no mundo diariamente. A cultura ioruba reconhece que cada ação tem consequência e isso, muito antes da chegada dos europeus nos territórios africanos.
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* 'ori' (o nome de Oyo para o milho de pão) não é 'orí' (cabeça)
** 'Iná' é fogo, 'Iná orí' é piolho (mas, literalmente se traduz em 'fogo da cabeça')
Tradução: O amigo me traiu, eu vou traí-lo, assim aumentará (o número) de traidores.
Aplicação: Este provérbio é contrário a ideia de “olho por olho”. A visão de que, se um ‘amigo’ nos ofende, devemos ofendê-lo em troca, simplesmente gera mais agressões. Basicamente, temos aqui mais um provérbio que sugere que não devemos pagar as pessoas maldosas com a mesma moeda.
Provérbio: Ijó tí kìí ṣe ijó ẹni, ìwọ̀n làá kó gbẹ̀du ẹ̀ lójúde ọba. (Ijó tí kìí ṣe ijó ẹni, ìwọ̀n ni àá kó gbẹ̀du ẹ̀ ní ojúde ọba).
Tradução: A dança que não é da gente, utilizamos moderação em tocar gbẹ̀du (um tipo de tambor) dela (a dança) em frente de palácio do rei.
Aplicação: Pessoa deve ser modesta em lidar com um ofício que não é capacitada a exercer. Já é ruim querer ser especialista numa área que não conhecemos, mas muito pior fazer isso na presença de dignatário, quer dizer, perante alguém que conhece bem do assunto.
Provérbio: Ebi ò pà ’Jẹ̀ṣà ó lóun ò jẹ̀kọ Ọ̀yọ́; ebí pa ọmọ Obòkun ó jẹ ori. (Ebi ò pa Ìjèṣà ó ní òun ò jẹ ẹ̀kọ Ọ̀yọ́; ebí pa ọmọ Obòkun ó jẹ ori).
Tradução: Uma pessoa Ìjẹ̀ṣà (nativa de Iléṣà) não está com fome, diz que não come milho de pão de Ọ̀yọ́, o filho de Obòkun (uma apelação para descendentes de Iléṣà) está com fome, come ori* (o milho de pão em dialeto de Ọ̀yọ́).
Aplicação: As pessoas tendem a ser exigentes quando não estão desesperadas por determinado fim, mas já quando as pessoas tem necessidade urgente, tendem a se sujeitar a qualquer negócio ou artimanha para atingir sua meta.
Provérbio: Iná orí** ò ní jó'lé. Iná orí** ò ní jó ilé.
Tradução: Os piolhos jamais queimam a casa.
Aplicação: A aparência não é a realidade. Linguisticamente soa como o fogo só que no contexto, não é a mesma coisa. Neste caso, como com a maioria das palavras em ioruba, a palavra ‘iná’ tem o mesmo acento e tom, mas o significado é diferente neste contexto. Deve-se levar em consideração o contexto e tradição, não invenção conveniente.
Provérbio: Kò sọ́rọ̀ lẹ́nu ọmọ olè tó ní wọ́n gbé adìyẹ òun. (Kò sí ọ̀rọ̀ ní ẹnu ọmọ olè tí ó ní wọ́n gbé adìyẹ òun.)
Tradução: As palavras não são formosas na boca de um ladrão (filho de ladrão) que disse que alguém roubou sua galinha.
Aplicação: Como é que um ladrão pode acusar outra ladrão de roubar? De outro modo este simplesmente significa que aqueles que têm telhados de vidro não devem atirar pedras na casa dos outros.
Provérbio: Ẹni ọ̀rẹ́ dà kó má ṣe bínú, ẹni abínibí ń da'ni. (Ẹni ọ̀rẹ́ dà kó má ṣe bí inú, ẹni a-bí-ẹni-bí ń da ẹni.)
Tradução: A pessoa traída pelo amigo não deve se ofender, os irmãos traem um ao outro.
Aplicação: Antes de levar ao extremo o que uma pessoa estranha fez contra nós, devemos lembrar que é possível ter traidores dentro da nossa própria família. Aquela frase famosa, o que se pode esperar dos estranhos se com aqueles com laço de sangue a facada (literal) é grande?
Provérbio: Ẹ̀bìtì ò peèrà tó ṣe pẹ̀lẹ́pẹ̀lẹ́; ẹnu ẹni ní ń pani. (Ẹ̀bìtì ò pa eèrà tí ó ṣe pẹ̀lẹ́pẹ̀lẹ́; ẹnu ẹni ní ó ń pa ẹni.)
Tradução: Uma armadilha não mata uma formiga cautelosa, é a boca da pessoa que mata ela.
Aplicação: As pessoas cautelosas tendem a ter longevidade, mas os que utilizam suas línguas (caneta ou, em nossos dias tecnológicos, tecla de computador) indevidamente correm o risco de causar muitos desconfortos na vida dos outros, gerar confusões inestimáveis na sociedade e danos irreparáveis em sua própria vida.
Provérbio: Ojú bí Ọlọ́run bá ṣe dá'ni, kì í ti'ni. (Ojú bí Ọlọ́run bá ṣe dá ẹni, kì í ti ẹni.)
Tradução: Uma pessoa não deve se envergonhar pela maneira em que Deus a criou.
Aplicação: Aceite o que você não pode mudar, mas melhore o que tem capacidade de melhorar.
Provérbio: Ọlọ́run ò ṣe'bi, èèyàn ni kí a bẹ̀. (Ọlọ́run ò ṣe ibi, ènìyàn ni kí a bẹ̀.)
Tradução: Deus não faz mal, precisamos implorar ao homem.
Aplicação: A tendência natural humana é atribuir a causa de todo o sofrimento do mundo a Deus, mas Deus não pratica a maldade. Com esse provérbio, fica óbvio o que a tradição iorubana ensina a respeito do assunto: é o homem – ser humano - que deve ser apaziguado. Então, a tradição iorubana reconhece que não devemos atribuir a Deus (o criador) a tragédia, atrocidade e calamidade que ocorre no mundo diariamente. A cultura ioruba reconhece que cada ação tem consequência e isso, muito antes da chegada dos europeus nos territórios africanos.
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* 'ori' (o nome de Oyo para o milho de pão) não é 'orí' (cabeça)
** 'Iná' é fogo, 'Iná orí' é piolho (mas, literalmente se traduz em 'fogo da cabeça')